Hipogalactia ou baixa produção de leite

As mulheres são capazes de produzir leite suficiente para seus filhos, mas é bastante
comum a nutriz queixar-se de “leite fraco” ou “pouco leite”. Esta queixa acontece muitas
vezes porque a mãe está insegura sobre sua capacidade de amamentar, ou por
desconhecer o comportamento normal do bebê (choro, mamadas frequentes), além de
ficar confusa com as diferentes opiniões das pessoas do seu círculo familiar e social.
Nesse contexto, o profissional despreparado acaba sucumbindo às queixas da nutriz e
introduz complementos que podem levar a desmame precoce.
Quando há insuficiência de leite, o bebê não fica saciado após as mamadas, chora
muito, quer mamar frequentemente e as mamadas são muito longas. O ganho de peso é
inadequado (< 20 g/dia), o bebê tem menos de seis a oito micções nas 24 horas e
evacuações pouco frequentes, em pequena quantidade, de fezes secas e duras. Os
sinais indicativos de que a criança não está recebendo leite suficiente nas primeiras
semanas de vida são: perda de peso maior que 10% do peso ao nascimento, não
recuperação do peso ao nascimento em até 2 semanas de vida, ausência de urina por 24
horas, ausência de fezes amareladas no final da 1a semana e sinais clínicos de
desidratação.
A hipogalactia tem como causa principal qualquer fator que limite a extração do leite
(p. ex., má pega, restrição no horário de mamadas, uso de complementos, bico, chupeta e
mamadeira). Outras causas menos frequentes são: sucção ineficiente, problemas
anatômicos na mama, doenças maternas, restos placentários, fadiga e estresse
pós-parto, restrição importante da dieta, uso de medicamentos que diminuem a produção
de leite, mastoplastia redutora e tabagismo.
O tratamento consiste primeiramente em avaliar a técnica de amamentação e a pega
do bebê, para detecção e correção de possíveis falhas. Também é importante aumentar a
frequência das mamadas e, se perceber que o peito já esvaziou ou que a criança está
sonolenta ou não está sugando vigorosamente, oferecer o outro peito na mesma
mamada, evitar o uso de chupeta, mamadeira e protetor de mamilo, e alimentar-se
bem, com dieta balanceada, ingerir líquidos em quantidade suficiente e repousar. Caso a
complementação se faça necessária até que a produção de leite se restabeleça, deverá
ser feita pela técnica de relactação.

Referência:

CARVALHO, Marcus Renato de; GOMES, Cristiane F. Amamentação: Bases Científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

Bruna Grazif
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Enfermeira, consultora em Aleitamento Materno e Laserterapeuta. Empreendedora e mamãe do bebê genial, Miguel. Nasci em Minas Gerais, me formei em Belo Horizonte, mas foi em São Paulo, capital, que comecei a trilhar minha história e decidi aprofundar meus conhecimentos sobre Aleitamento Materno. Logo após a gestação do meu bebê, comecei minha trajetória de trabalho empreendedor, o que me possibilitou evoluir meus conhecimentos. Meu trabalho é reconhecido a cada dia pelo atendimento dedicado, próximo e humano que ofereço. Sou Coautora do Livro "Segunda Infância Volume 2". Não trabalho, cumpro uma missão. Um grande beijo e conte comigo!

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